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O Arraial Nossa Senhora da Piedade





As Origens


Foi na era dos Seiscentos que as “ Entradas e Bandeiras paulistas”, na sua caminhada rumo aos Sertões da então Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e dos Guaianeses, estabeleciam pousos que se tornariam cidades. Era a Capitania de São Vicente, mais tarde de São Paulo e Minas de Ouro. O feito perduraria. São Bom Jesus da Cana Verde, hoje (Batatais), foi um desses povoados gerados da mesma cepa de colonização.
No dizer conciso de Ricardo Gumbleton Daunt, relata haver o capitão (Diogo Garcia da Cruz - Testamento) adquirido no início do Século XIX, na província de São Paulo, por cem mil réis, além de um ponche e um lote de bestas carregadas de sal, terras na região do futuro Arraial de Nossa Senhora da Piedade, pertencente ao districto de São Bom Jesus da Cana Verde de Batataes , (na divisa de Minas Gerais, Rio Sapucaí Mirim até o Rio Pardo), onde desde logo afazendou seus filhos Joaquim, João e Antônio, respectivamente nas plagas que receberiam mais tarde as denominações de Jaborandy, São João (posteriormente Congonhal) e Fortaleza.
O patriarca Diogo Garcia da Cruz (1772 - 1839) se instalaria definitivamente na Fazenda da Alegria, município de Mococa, juntamente com os filhos Gabriel e o caçula Diogo Garcia de Figueiredo.




1865 - Antonio Garcia de Figueiredo, o Major Garcia (1812 - 1884), sétimo filho do patriarca Diogo Garcia da Cruz, casou-se com a sobrinha Maria Tereza, filha do irmão mais velho, José Garcia de Figueiredo, fato bastante comum para a época. Fora ele, o Major Garcia, o fundador da atual Altinópolis, pois em 7 de Março 1865 doaria cerca de 40 alqueires para a Igreja Católica, o que daria inicio à construção da Capela Nossa Senhora da Piedade, nos termos de Distrito de Mato Grosso de São Bom Jesus da Cana Verde de Batataes.
A partir de então, todas as construções realizadas no perímetro urbano, ou seja, nos terrenos pertencentes à Paróquia, pagariam anualmente aos cofres da Igreja Católica uma espécie de laudêmio, também chamado de imposto foreiro. A igreja se manteria como legítima proprietária dos terrenos até 1938, fato que trataremos com mais detalhes adiante.

Três meses após a doação, adido às forças que partiriam do Rio de Janeiro runo à Província de Mato Grosso, por ocasião do início da Guerra do Paraguai, o então tenente Alfredo Maria d’Escragnolle Taunay, o futuro Visconde de Taunay, arrancharia nas plagas da primeira morada do capitão Diogo Garcia da Cruz, a Fazenda da Alegria, locada no município de Mocóca (SP). Taunay também conheceria a esposa do anfitrião, Inocência Constança de Figueiredo, que mais tarde serviria de inspiração para o romance homônimo do futuro escritor Visconde de Taunay.
Pouco depois, em 7 de julho de 1865, precisamente às 11 horas, Taunay, ao se deparar com as cercanias das terras pertencentes à futura Altinópolis de hoje, escreveria em seu diário:

Alfredo d'Escragnolle Taunay

"Um extenso planalto domina a serra e nele se goza de atmosfera puríssima e ponto de vista encantador, em razão da disposição de outeiros mais baixos e pitorescamente dispostos que cercam o serrote.
A olhar, devassa grandiosa paisagem que se dilata em todos os sentidos a perder de vista. Só de vez em quando, uma solitária palmeira destaca altaneira elegante, Stipite no amortecido fundo de horizontes distantes.
Neste alto começa a formar-se uma povoaçãozinha que consta já de algumas casas de taipa e denominar-se-á: Arraial de Nossa Senhora da Piedade.
O local é excelente, principalmente pela abundância e qualidade de águas que o banham; entretanto as casas vão seguindo direções caprichosas, não presidindo à sua construção nenhuma consideração de alinhamento.
Logo à descida na primeira baixada do terreno, corre o Ribeirão de Nossa Senhora da Piedade do Mato Grosso, com profundidade de 0,11m sobre 2,20m de largura, existindo para o transito um pontilhão de madeira em bom estado com 8,80m de comprimento, e 3,52m de largura."(Do livro Marcha das Forças de Visconde de Taunay).

José Garcia de Figueiredo Neto, (1918 - 2010, tetraneto do Cap. Diogo, nos remete aos Oitocentos e relembra com sabor e precisão as histórias do seu avô, José Garcia de Figueiredo, filho de Joaquim Garcia de Figueiredo (Jaborandy) - o filho mais velho do cap. Diogo Garcia da Cruz.

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